O jornal The New York Times de hoje traz uma entrevista fascinante com o "pai do ácido", Albert Hoffman, que completará 100 anos na próxima quarta-feira.
O trabalho de Hoffman com os alcalóides do ergot produziu várias drogas importantes, incluindo um composto ainda utilizado para prevenir hemorragias após o parto. mas foi o 25º produto que ele sintetizou, a dietilamida do ácido lisérgico, que teve o maior impacto. Quando ele a criou em 1938, a droga não demonstrou resultados farmacológicos significativos. Mas quando o seu trabalho com o ergot terminou, ele decidiu voltar a estudar o LSD-25, na esperança de que testes mais cuidadosos pudessem detectar os efeitos estimulantes sobre o aparelho circulatório que ele esperava que essa droga tivesse.
Foi quando estava sintetizando a droga numa tarde de sexta-feira em abril de 1943 que ele experimentou, pela primeira vez, o estado alterado de consciência que hoje sabemos ser regularmente produzido pelo LSD. "Imediatamente, eu reconheci que passava por uma experiência que já tinha vivido na infância", disse ele. "Eu não sabia o que havia causado essa sensação, mas sabia que era importante".
Quando retornou ao seu laboratório na segunda-feira, ele tentou identificar a fonte da sua experiência, acreditando inicialmente que fossem os vapores de um solvente semelhante ao clorofórmio que ele havia utilizado. A inalação dos vapores não produziu nenhum efeito, entretanto, e ele concluiu que de alguma maneira havia ingerido traços de LSD. "O LSD falou comigo", disse o Sr. Hoffman com um sorriso divertido, animado. "Ele veio até mim e disse, 'Você tem que me descobrir.' Ele me disse, 'Não me entregue ao farmacologista, ele não vai descobrir nada'."
Link para a entrevista do The New York Times.