Palestra na UFMG
Fiz uma palestra sobre Estimulação Magnética Transcraniana na Epilepsia no II Congresso Mineiro de Epilepsia, que ocorreu de 23 a 25 de outubro de 2008 em Belo Horizonte, MG, na UFMG. Confira a apresentação:
Fiz uma palestra sobre Estimulação Magnética Transcraniana na Epilepsia no II Congresso Mineiro de Epilepsia, que ocorreu de 23 a 25 de outubro de 2008 em Belo Horizonte, MG, na UFMG. Confira a apresentação:
Este vídeo mostra os efeitos agudos da EMT sobre a fala; interessante que o canto não é afetado, pois depende do hemisfério cerebral direito!
Há algum tempo, o mundo inteiro discutiu a polêmica batalha judicial para interromper a alimentação de uma paciente em estado vegetativo persistente.
O estado vegetativo persistente (PVS) é uma ligeira melhora do estado de coma; os pacientes passam a apresentar ciclos de sono e vigília, abrem os olhos, por vezes até choram ou riem, mas não se sabe se existe consciência real ou apenas atividade neurológica automática, por preservação dos centros nervosos subcorticais; para se pensar em interromper os suportes artificiais à vida, presume-se que não existam funções cognitivas, ou seja, consciência, nesses pacientes. O prognóstico também é incerto, e alguns pacientes recuperam a cognição, após períodos muito variáveis de tempo, enquanto outros persistem em PVS até à morte.
Um artigo publicado pelo Dr. Adrian Owen na revista Science de 8 de setembro deste ano demonstrou, pelo menos em uma paciente em PVS, sinais de que pode haver um nível de consciência até aqui não presumido; segue o resumo do trabalho:
Detecting Awareness in the Vegetative State
Adrian M. Owen,1* Martin R. Coleman,2 Melanie Boly,3 Matthew H. Davis,1 Steven Laureys,3 John D. Pickard2We used functional magnetic resonance imaging to demonstrate preserved conscious awareness in a patient fulfilling the criteria for a diagnosis of vegetative state. When asked to imagine playing tennis or moving around her home, the patient activated predicted cortical areas in a manner indistinguishable from that of healthy volunteers.
1 Medical Research Council Cognition and Brain Sciences Unit, Cambridge CB2 2EF, UK.
2 Division of Academic Neurosurgery, Addenbrooke's Hospital and Wolfson Brain Imaging Centre, University of Cambridge, Cambridge CB2 2QQ, UK.
3 Cyclotron Research Centre and Neurology Department, University of Liège, 4000 Liège, Belgium.Science 8 September 2006:
Vol. 313. no. 5792, p. 1402
Este é um vídeo muito interessante, produzido pelo Dr. Minoru Oishi, no qual são ilustradas diversas técnicas propedêuticas empregadas em neurologia: punção lombar, estimulação magnética transcraniana, vídeo-EEG, eletroneuromiografia. Pena que esteja em japonês, mas a qualidade do vídeo é muito boa e aqueles que têm algum conhecimento das técnicas apreciarão esse material didático mesmo sem entender o que é dito...
Um novo estudo, realizado por pesquisadores italianos, investigou os efeitos das emissões eletromagnéticas de telefones celulares (telemóveis) sobre o córtex motor. Foi descoberto que os campos eletromagnéticos gerados por esses aparelhos produzem um aumento da excitabilidade do córtex.
O estudo, liderado pelo Dr. Paolo Maria Rossini, neurologista do Centro de Pesquisas Fatebenefratelli IRCCS de Brescia, envolveu 15 voluntários sadios do sexo masculino que foram expostos a emissões eletromagnéticas dos telefones, que utilizavam o Sistema Global para Comunicações Móveis (GSM).
Os pesquisadores utilizaram uma técnica chamada estimulação magnética transcraniana por pulsos pareados para investigar a excitabilidade cortical.
No experimento, os pesquisadores montaram 2 aparelhos GSM comuns nas cabeças dos voluntários-um do lado esquerdo utilizando um capacete modificado que assegurava uma distância constante de 15 mm entre o telefone e a orelha, e outro aparelho idêntico, sem bateria, do lado direito da cabeça.
Os voluntários participaram de duas sessões, com uma semana de intervalo.
Na primeira semana, os voluntários foram submetidos a uma sessão com 45 minutos de duração.
Na segunda semana, eles foram submetidos a uma sessão falsa ("sham") de 45 minutos, sem que nenhum dos aparelhos estivesse ligado, embora os pesquisadores lhes tivessem dito o contrário.
O procedimento de pulsos pareados foi realizado três vezes durante cada sessão- antes, imediatamente após a exposição e uma hora após o desligamento do telefone.
Os pesquisadores descobriram que nas sessões falsas e logo antes de ser ligado o telefone, ambos os hemisférios cerebrais apresentavam excitabilidade normal, mas durante as emissões eletromagnéticas dos aparelhos, houve um aumento da excitabilidade do hemisfétio cerebral esquerdo, exposto às radiações, comparativamente ao hemisfério direito, não-exposto; o procedimento "sham" não modificava a excitabilidade cerebral.
O efeito durava até uma hora após o término da sessão experimental.
Paolo Maria Rossini disse que mais pesquisas são necessárias para saber se esse aumento de excitabilidade poderia ser perigoso ou, inversamente, benéfico para o funcionamento cerebral.
"Nós ainda não sabemos se esse efeito é neutro ou potencialmente perigoso ou até mesmo benéfico para o funcionamento cerebral", disse Rossini.
"A exposição a campos eletromagnéticos GSM pode, teoricamente, fornecer um novo método não-invasivo para tratamento de pacientes que sofrem de doenças neurológicas com excitabilidade cortical reduzida, tais como derrames e doença de Alzheimer", disse ainda o pesquisador.
O estudo foi aceito para publicação na revista Annals of Neurology.
Veja a notícia em inglês.
A revista Time de 15 de maio trará uma reportagem de capa intitulada Inside The Autistic Mind.
O artigo está disponível online, após a visualização de algumas propagandas...
Link para o artigo Inside The Autistic Mind
Um estudo da Universidade de Harvard, que acompanhou pacientes durante um longo tempo, constatou a presença de níveis elevados de anticorpos contra o vírus de Epstein-Barr ( o mesmo que é responsável pela mononucleose infecciosa) já 20 anos antes das primeiras manifestações dessa doença neurológica.
Os autores citam estudos anteriores que também relacionavam esse vírus à esclerose múltipla, mas nenhum deles havia coletado sangue dos pacientes 20 anos antes do início dos sintomas.
Link para o Press Release da Universidade de Harvard
Link para o trabalho completo nos Archives of Neurology
Criei um arquivo para Palm com as principais características das polineuropatias periféricas: causas, distribuição dos déficits sensitivos e motores, curso agudo ou crônico, etc.
Escrevi em inglés, para que possa ter utilidade para um maior número de internautas.
Para baixar e instalar esse arquivo no seu Palm, clique AQUI
Uma nova pesquisa sugere que a exposição repetitiva a sons altos, durante anos, aumenta o risco de desenvolvimento de um tumor benigno que causa surdez.
"Não importa se o som vem de anos de exposição ocupacional ou de uma fonte que não seja relacionada ao trabalho", disse Colin Edwards, um doutorando da Escola de Saúde Pública da Universidade de Ohio.
No presente estudo, indivíduos que foram expostos repetitivamente a ruídos altos ao longo de vários anos apresentaram uma probabilidade que era em média 1,5 vezes maior de desenvolver esse tipo de tumor do que a das pessoas que não tiveram essa exposição.
O tumor, conhecido como neurinoma do acústico, cresce lentamente e os sintomas tipicamente aparecem ao redor dos 50 anos ou mais. Das 146 pessoas com neurinoma do acústico nesse estudo, duas de cada três tinham 50 anos ou mais.
O estudo está publicado na versão online do American Journal of Epidemiology e deve sair na edição impressa de 15 de fevereiro.
O número de Dezembro de 2005 da revista médica online Postgratuate Medicine traz uma série de artigos sobre o diagnóstico e tratamento da epilepsia.
Os artigos podem ser acessados pela página-índice da revista online.
Esta síndrome é geralmente observada com tumores cerebrais que invadem o corpo caloso ou após secções cirúrgicas do corpo caloso, realizadas para o tratamento de epilepsia refratária aos tratamentos medicamentosos.
O paciente se queixa de que uma de suas mãos não obedece a sua vontade, parecendo ter uma mente própria: "Quando quero abrir a torneira de água quente com a mão direita, a esquerda vem e fecha a torneira".
Brion e Jedynak criaram o termo em francês la main étrangère (mão estrangeira) para descrever os comportamentos de pacientes com tumores do corpo caloso, que incluíam falha de reconhecer a mão como própria ou a ausência de controle sobre os movimentos dessa mão durante tarefas manuais com objetivos determinados.
Bogen introduziu o termo inglês alien hand syndrome, uma tradução da main étrangère de Brion e Jedynak.
Della Sala e colegas propuseram o termo mão anárquica para enfatizar o fato de que na maioria das vezes o paciente reconhece que a mão é sua, mas que tem um comportamento bizarro...
Esta é uma experiência extraordinária na qual uma pessoa identifica, errôneamente, um outro indivíduo como alguém que ele claramente não é. Na verdade, o paciente pode começar a ver a mesma pessoa em toda a parte. Freqüentemente, esse sintoma tem caráter paranóide, com o doente acreditando estar sendo perseguido pela pessoa erroneamente identificada, que estaria utilizando diferentes disfarces.
Essa síndrome leva o nome do ator italiano Leopoldo Fregoli, que era famoso pela sua capacidade de mudar rapidamente a maquiagem e as roupas durante as peças de teatro.
A síndrome de Fregoli foi descrita, primeiramente, por P. Courbon e G. Fail, em 1927 (Syndrome d'illusion de Frégoli et schizophrénie). Tratava-se do caso de uma mulher de 27 anos que acreditava estar sendo perseguida por dois atores que ela muitas vezes vira no teatro. Ela acreditava que os atores a estavam "seguindo de perto, caracterizando-se como pessoas que ela conhecia bem".
Segundo Ramachandram, esse estado poderia resultar de um excesso de conexões entre os centros cerebrais de reconhecimento de faces e a amígdala (o oposto da síndrome de Capgras).
A síndrome de Capgras é caracterizada por uma convicção, por parte do doente, de que a sua esposa, outras pessoas, animais, objetos ou até ele mesmo, foram substituídos por cópias exatas, ou "impostores".
Ramachandram cita, por exemplo, um paciente que acreditava que o seu cão havia sido substituído por um outro idêntico; outra paciente era incapaz de reconhecer a sua própria imagem no espelho; outro, ainda, acreditava, todas as manhãs, que os seus tênis de corrida haviam sido trocados por réplicas exatas...
De acordo com o Dr. Matcheri Keshavan, Diretor Clínico do Center for the Neuroscience of Mental Disorders, de Pittsburgh, a explicação para essa estranha síndrome é a seguinte:
todos nós temos representações internas do mundo exterior, que incluem as outras pessoas e nós mesmos. Associados a essas representações existem sentimentos particulares. Quando disfunções em certas áreas do cérebro rompem as respostas emocionais a essas pessoas, animais ou objetos, a mente tenta encontrar uma explicação para o fato; a melhor explicação acaba sendo a de que aquele ser ou objeto é na verdade um impostor (ou uma réplica do original).
Essa é uma síndrome muito rara, mas é semelhante ao que ocorre por vezes em pessoas normais, com a sensação de "deja vu" ou "jamais vu". Também em sonhos muitas vezes vemos pessoas que conhecemos, mas elas "não parecem elas mesmas".
A síndrome de Capgras costuma ocorrer quando há lesão do lobo temporal direito.
Leia mais sobre a síndrome de Capgras.
Isto é muito interessante:
Entre 1899 e 1902, Marinescu aperfeiçoou o uso da cinematografia como um método de pesquisa nas neurociências e publicou cinco artigos baseados em documentos cinematográficos. Ele focalizou os seus estudos principalmente nos distúrbios orgânicos da marcha, ataxia locomotora, e histeria.
Marinescu adaptou o método de Charcot de alinhar vários pacientes com a mesma patologia e mostrá-los juntos para permitir a apreciação dos estereótipos e das formas frustras. Ele decompôs as figuras em movimento em desenhos seqüenciais para publicação. Ele documentou os resultados com casos filmados antes e depois de tratamentos.
Partes digitalizadas desses filmes fazem parte do trabalho de pesquisa histórica publicado em 2004:
The origins of scientific cinematography and early medical applicationsAlexandru C. Barboi, MD, Christopher G. Goetz, MD and Radu Musetoiu, MD
NEUROLOGY 2004;62:2082-2086
Link para os filmes, no site da Neurology
Excelente o site www.neuroexam.com, do Dr. Hal Blumenfeld, autor do livro Neuroanatomy through Clinical Cases.
O site detalha todas as etapas do exame neurológico, com pequenos vídeos ilustrativos.
Vejam, por exemplo, o vídeo sobre a pesquisa do sinal de Romberg. Os vídeos são disponibilizados no formato Real Player. O programa Real Player pode ser baixado gratuitamente do site www.real.com.
Esse site interativo pode ser muito útil para os estudantes de semiologia médica e outros profissionais da saúde.