Os economistas estão começando a estudar neurofisiologia: com o advento das técnicas avançadas de neuroimagem funcional, a participação de algumas áreas cerebrais no comportamento econômico está sendo posta em evidência.
Uma questão central em economia é por que as pessoas querem o que querem, ou, em termos neurocientíficos, como o cérebro lida com a recompensa. Os estudos de neuro-imagem têm demonstrado que, em resposta à percepção de recompensa, uma região cerebral chamada estriado é ativada de maneiras bastante específicas. O principal neurotransmissor dessa estrutura é a dopamina.
Num estudo publicado em maio de 2005, no Journal of Neuroscience, Brian Knutson e seus colegas da Universidade de Stanford mostraram que, quando uma pessoa considera o valor de um ganho monetário, a ressonância magnética nuclear funcional (fMRI, na sigla em inglês) mostra ativação do estriado. Entretanto, quando os sujeitos ponderavam a probabilidade de receber a recompensa, a atividade era maior no córtex, onde residem as funções "executivas" e o controle dos impulsos. A área cortical ativada era o córtex pré-frontal medial.
"Alguém cujo córtex pré-frontal medial não fosse bem desenvolvido poderia focalizar a sua atenção apenas no tamanho da recompensa e não na sua probabilidade, e assim tomar decisões ruins, como jogar ou apostar na loteria" diz Knutson.
Os mais fantasiosos podem imaginar, no futuro, grandes corporações observando o funcionamento do estriado e do córtex medial pré-frontal dos possíveis clientes para conceder-lhes ou não empréstimos, por exemplo. Mas isso é altamente improvável, por várias razões, além da óbvia dificuldade de colocar o cliente dentro de um aparelho de fMRI. Para a medicina, entretanto, abre-se a possibilidade de detecção de novos desequilíbrios da função cerebral que, se adequadamente tratados, poderiam talvez diminuir o numero de falências...
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