As Evidências Científicas Sugerem que o Talento é Criado, e não Inato
Há um excelente artigo online da revista Scientific American, sobre a "drosófila da ciência cognitiva", o xadrez.
A habilidade dos enxadristas tem sido estudada sistematicamente, pois pode ser medida de maneira confiável e no seu hábitat natural, o tabuleiro. Outras habilidades, como as de prodígios musicais, médicos talentosos, esportistas e outros são extremamente difíceis de quantificar e portanto resistentes a uma análise mais científica.
O artigo mostra várias evidências científicas de que o talento enxadrístico parece ser muito mais o resultado de um estudo contínuo do jogo do que de habilidades mentais inatas!
Esses achados confirmam a Regra dos 10 Anos, proposta por Herbert Simon, segundo a qual são necessários pelo menos 10 anos de estudo de um campo do conhecimento para que um indivíduo se torne um especialista no assunto. E é necessário que o aluno esteja sempre motivado a buscar realizações acima da sua capacidade em cada momento, pois do contrário ele deixará de fazer progressos; isso explica como jogadores amadores de tênis, por exemplo, podem ficar por 20 anos numa condição técnica de média habilidade.
László Polgár, um educador húngaro, ensinou xadrez em casa às suas três filhas, exigindo até seis horas de estudo do jogo por dia, criando uma mestra internacional e duas grandes mestras--o mais forte grupo de irmãos jogadores de xadrez de que se tem notícia. A caçula das irmãs Polgár, Judit, de 30 anos, é atualmente a número 14 do mundo!
O experimento de Polgár comprovou duas coisas: que grandes enxadristas podem ser produzidos pelo estudo contínuo do jogo e que as mulheres também podem ser grandes-mestras.