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Bem, isto não tem nada a ver com neurociências, mas é muito interessante:
De janeiro de 2000 a julho de 2006 o fotógrafo Noah Kalina tirou uma foto de si mesmo todos os dias; depois pegou a coleção e transformou-a num vídeo...
É muito interessante- e também um pouco triste- testemunhar a passagem inexorável do tempo e o leve envelhecimento gradual desse jovem, ao som de uma música muito bem escolhida:
Palestra do famoso neurologista indiano Ramachandran na BBC, sobre a neurociência da percepção da arte. Pode ser lida e ouvida online.
Segue o trecho inicial:
In this lecture - which is the most speculative one in the series of five - I'd like to take up one of the most ancient questions in philosophy, psychology and anthropology, namely what is art? When Picasso said: "Art is the lie that reveals the truth" what exactly did he mean?
As we saw in my previous lectures neuroscientists have made some headway in understanding the neural basis of psychological phenomena like body image, how you construct your body image, or visual perception. But can the same be said of art - given that art obviously originates in the brain? In particular what I'd like to do is raise the question: "Are there such things as artistic universals?"
Theo Jansen é um artista plástico que produz "esculturas cinéticas".
Ele está evoluindo um nova classe de animais: enormes criaturas cheias de pernas desenhadas para percorrerem a costa da Holanda, alimentando-se de vento.
Ao longo dos anos, sucessivas gerações das suas criaturas têm evoluído para animais progressivamente mais complexos que caminham batendo asas em resposta ao vento, discernindo obstáculos no seu caminho através de sensores e até mesmo ancorando-se à areia quando percebem que uma tempestade se aproxima.
Vejam , abaixo, o vídeo de um comercial da BMW que mostra o trabalho de Theo Jansen; há mais vídeos no sítio do artista.
Antes dos Palm-Pilots, iPods, PCs e laptops, o termo "computador" referia-se a pessoas que faziam cálculos científicos manualmente. Esses trabalhadores não eram gênios científicos nem idiots savants, mas pessoas instruídas que, sob outras circunstâncias, poderiam ter se tornado cientistas. O livro When Computers Were Human, de David Alan Grier, representa o primeiro relato em profundidade desse período pouco conhecido de 200 anos na história da ciência e da tecnologia.
Acabo de voltar do XXII Congresso Brasileiro de Neurologia, em Recife. Lá tive a oportunidade de ver interessantissimas obras de arte com temática neurológica, expostas pelo professor Norberto Garcia Cairasco.
Acima, temos uma das obras que podem ser vistas na exposição online mantida pelo prof. Cairasco no sítio da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. A obra, de Carlo Rondinoni, é assim descrita pelo autor:
Esta obra foi idealizada nos moldes clássicos do construtivismo, nos quais a percepção do mundo é composta pelo agrupamento de características do mundo real numa representação única.A primeira idéia é a de que um cérebro desenhado rudemente se assemelha a uma luva de boxe. Então, eis o cérebro. Faltava o corpo, composto pela coluna, braços e olhos. O disfarce serve pra dar uma face às personagens.
Contrapor a brutalidade do boxe com algo mais nobre como o xadrez foi o próximo passo. Na hora de montar a cena, deu uma preguiça de fazer uma mesa nova. Colei o labirinto em cruz com o quadriculado em cima, mais algumas peças de xadrez. O chão com as cores nacionais serve como um toque nacionalista.
Que nada, tudo vira uma crítica ao modelo de ciência no Brasil ou uma metáfora da dificuldade de fazer neurociência. A cena foi criada com o software aberto OpenFX (www.openfx.org) e o título é uma menção ao prêmio nobel pra pegar um pouco do mel.
Veja a exposição online no sítio Neuro-Arte
Estas são as primeiras imagens de um experimento extraordinário que verificou como é enxergar através dos olhos de outra criatura.
A Dra. Yang Dan, Professora Assistente de Neurobiologia na Universidade da Califórnia em Berkeley, juntamente com Fei Li e Garrett Stanley, conduziu 11 experimentos nos quais eram registrados sinais de 177 neurônios do tálamo de gatos; esses neurônios respondiam a estímulos luminosos no campo visual dos animais.
Os pesquisadores utilizaram uma técnica de decodificação linear de sinais para converter os sinais captados em imagens.
As imagens são borradas, mas poderiam ser melhores se mais células ainda fossem monitorizadas; além disso, normalmente as imagens são intensamente processadas no cérebro para melhorar a sua qualidade.
No entanto, é perfeitamente possível reconhecer a figura original...
A revista Science da semana passada noticiou a descoberta, feita pelo neurofarmacologista Carlos Zarate, do National Institute of Mental Health, em Bethesda, Maryland, de que a quetamina-uma droga utilizada como anestésico veterinário e que age bloqueando receptores de N-metil d-aspartato (NMDA)-pode ter um potente e rápido efeito antidepressivo.
No estudo de Zarate e cols., 17 pacientes que tinham depressão maior e não respondiam aos antidepressivos tradicionais, foram injetados com placebo ou quetamina; 12 pacientes responderam ao tratamento, com 5 deles preenchendo os critérios de remissão da depressão. Esse resultado foi publicado na edição deste mes dos Archives of General Psychiatry. Além disso, 6 pacientes mantiveram a melhora por pelo menos uma semana após uma única injeção. Um placebo, injetado no mesmo grupo num dia diferente, ajudou muito menos.
De acordo com Zarate, o mais interessante é que o efeito é muito rápido: 24 horas após a injeção, os pacientes apresentavam melhoras equivalentes àquelas obtidas após 2 meses de uso dos antidepressivos comumente utilizados.
Eu gostaria de lembrar, entretanto, que nem tudo são flores quando se fala da quetamina; ela foi abandonada como um anestésico para uso em humanos por ter uma tendência a produzir desagradáveis experiências fora do corpo; em alguns países, tem sido usada ilegalmente como droga recreativa, justamente por esses efeitos dissociativos...
Vocês se lembram da Rosie, a empregada-robô dos Jetsons, que se equilibrava agilmente sobre apenas duas rodinhas?
Bom, pesquisadores do Instituto de Robótica da Universidade Carnegie Mellon conseguiram fazer algo muito semelhante, que se equilibra em apenas UMA roda (na verdade, uma bola, daí o nome ballbot).
Visitem a página do projeto e vejam o filme:
Alunos do curso de Medicina da Universidade de Brasília contribuíram recentemente para a Wikipedia em português com um excelente artigo sobre o Potencial de Ação.
Vale a pena conferir clicando aqui.
Esta fotografia, feita num Congresso sobre Física Quântica em 1927, conseguiu reunir uma das maiores concentrações de poder cerebral num único local ao mesmo tempo; estão na foto:
Schrodinger, Pauli, Heisenberg, Dirac, Compton, Bohr, Einstein, Planck, Curie, de Broglie, e Lorenz !
Ufa!
Este é um vídeo muito interessante, produzido pelo Dr. Minoru Oishi, no qual são ilustradas diversas técnicas propedêuticas empregadas em neurologia: punção lombar, estimulação magnética transcraniana, vídeo-EEG, eletroneuromiografia. Pena que esteja em japonês, mas a qualidade do vídeo é muito boa e aqueles que têm algum conhecimento das técnicas apreciarão esse material didático mesmo sem entender o que é dito...