A revista Veja desta semana traz uma reportagem , na seção "Saúde", sobre o tratamento da depressão com estimulação magnética transcraniana.
Essa forma de tratamento tem se mostrado bastante promissora, com estudos realizados em vários países, inclusive no Brasil, onde vem sendo utilizada em São Paulo e em Brasília.
O estimulador magnético é um equipamento que produz, por indução eletromagnética (Lei de Faraday), pequenas correntes elétricas no cérebro, que podem aumentar ou diminuir a atividade anormalmente baixa ou alta de certas regiões cerebrais, dependendo da freqüência de estimulação ; estimulos abaixo de 1 por segundo diminuem a atividade neuronal e acima de 1 por segundo produzem o efeito inverso. Na depressão, é possível induzir uma melhora reduzindo a atividade do córtex pré-frontal direito ou , pelo contrário, aumentando a atividade do córtex pré-frontal esquerdo.
Atualmente o procedimento só está indicado em casos mais graves, refratários às medicações mais modernas, em doses otimizadas. Quando tudo isso falha, é possível tentar a ECT (eletroconvulsoterapia), popularmente conhecida como "eletrochoque", ou a estimulação magnética transcraniana. A ECT ainda é um procedimento eficiente e muitas vezes indicado, e muitos trabalhos estão agora comparando a sua eficácia, já conhecida, com aquela da estimulação magnética transcraniana.
As principais vantagens da estimulação magnética transcraniana dizem respeito à sua excelente tolerabilidade, já que é totalmente indolor e sem efeitos colaterais importantes, e à facilidade de aplicação, pois é feita a nível ambulatorial, em sessões diárias.
A reportagem da Veja cita o trabalho do prof. Marcolin, da Universidade de São Paulo; o prof. Dr. Raphael Boechat Barros também defendeu, em 2004, sua tese de doutoramento na Universidade de Brasília , sobre o tratamento da depressão com estimulação magnética de baixa freqüência, com bons resultados.
A estimulação magnética transcraniana vem se consolidando, portanto, como mais uma alternativa para o tratamento da depressão refratária à psicoterapia e à terapia farmacológica.
Links:
Tese orientada pelo Prof. Dr. Marco Antônio Marcolin (USP-São Paulo)
Site do Prof. Dr. Raphael Boechat Barros (Centro de Investigações Neurológicas -Brasília)