Encontrei um site muito interessante sobre o experimento de criação conjunta de um menino e um macaco, realizado nos anos 30 do século XX.
Esse experimento mostrou algumas das inter-relações entre o ambiente e o cérebro em desenvolvimento.
Há até vídeos do experimento!
Confira aqui.
Como os bebês humanos, macacos recém-nascidos aprendem por imitação. Pesquisadores da Universidade de Parma fizeram caretas para macacos recém-nascidos, e estes responderam na mesma moeda.
De acordo com os autores da pesquisa, estes resultados sugerem que esse tipo de imitação, como uma forma de aprendizado social, não é limitada ao homem e aos grandes primatas, como se pensava anteriormente.
O trabalho está disponível na revista Public Library of Science Biology (PLoS), inclusive com alguns vídeos.
Referência:
Neonatal Imitation in Rhesus Macaques
Pier F. Ferrari, Elisabetta Visalberghi, Annika Paukner, Leonardo Fogassi, Angela Ruggiero, Stephen J. Suomi
Interessantissimo o trabalho da Dra. Melina E. Hale, da Universidade de Chicago!
Essa pesquisadora trabalha com peixes minúsculos (Zebra Fish), sob o microscópio, e observa o seu comportamento motor em resposta a estímulos mecânicos.
O mais fascinante é que ela pode ver neurônios individuais no animal intacto e produzir micro-lesões, matando apenas umas poucas células nervosas, utilizando um micro-laser. Assim, o comportamento motor pode ser avaliado antes e depois dessas lesões!
A Universidade de Chicago disponibiliza um excelente vídeo online (formato Quicktime) sobre o trabalho da Dra. Hale.
Você com certeza já se viu na situação de querer abrir uma garrafa de vinho e só então dar-se conta de que esqueceu o saca-rolhas... A capacidade de planejar ações futuras, cuidando de se munir das ferramentas corretas para a ocasião, é tipicamente humana, não é verdade? Talvez não, segundo um estudo recente de Nicholas Mulcahy e Josep Call do Instituto Max Planck em Leipzig, Alemanha.
Os cientistas do Instituto Max Planck submeteram chimpazés pigmeus (bonobos, Pan paniscus) e orangotangos a situações nas quais eles tinham que guardar, para uso futuro, uma ferramenta útil para obter comida.
Primeiramente, os animais ficavam durante cinco minutos numa sala com duas ferramentas adequadas e seis inadequadas à obtenção de comida guardada num aparato experimental que eles podiam ver mas não tocar. Então, os animais eram levados a uma outra sala durante uma hora, levando com eles quaisquer ferramentas que quisessem; nesse ínterim, a sala era limpa e todas as ferramentas ali deixadas eram retiradas. Quando os animais voltavam, o aparato experimental estava acessível e eles podiam obter comida contanto que tivessem consigo as ferramentas corretas.
Após algumas tentativas, quase todos os animais começaram a levar as ferramentas adequadas. Os pesquisadores obtiveram o mesmo resultado mesmo quando permitiam que os animais passassem toda uma noite na sala contígua à do experimento.
Finalmente, para se certificarem de que os animais não estavam apenas associando a ferramenta à recompensa, os pesquisadores retiraram o aparato experimental da sala, mas continuaram a recompensar os animais com comida quando eles vinham com a ferramenta certa; nessas condições, os macacos começaram a trazer ferramentas erradas, mostrando que o comportamento anterior não havia sido meramente associativo, mas sim uma forma de planejamento antecipado.
Esses achados sugerem que precursores cognitivos da capacidade humana de imaginar acontecimentos futuros podem ter se desenvolvido nos grandes macacos há mais de 14 milhões de anos.
Esse estudo será publicado na revista Science de amanhã.
Link para Research with Apes, do Max Planck Institute