Main

março 27, 2007

Vermicida Vira Droga Recreativa na Inglaterra

Saiu no blog do Soxhlet:


O órgão que regula a venda de remédios na Grã-Bretanha fez um alerta sobre o uso de um vermicida como droga recreativa por jovens do país.
As pílulas de BZP (benzilpiperazina) estão sendo vendidas em danceterias como um “barato legalizado e à base de ervas”, apesar de a droga ser completamente sintética.
O principal ingrediente no remédio, a piperazina, é normalmente usado como vermicida em animais e seres humanos. Mas a droga também age como um estimulante, com efeitos similares aos da anfetamina.
A Agência Reguladora de Remédios e Saúde (MHRA, na sigla em inglês), alerta que a droga pode causar problemas de saúde, como tontura, vômitos, taquicardia, diarréia e reações alérgicas.
A droga é classificada como um produto medicinal e pode ser vendida em farmácias.
Entretanto, a MHRA já confiscou milhares de pílulas de piperazina produzidas e vendidas sem licença e está planejando processar os importadores, vendedores e produtores dessas versões ilegais do remédio.
Várias lojas retiraram o produto de circulação, mas outras dizem que o BZP evita que jovens consumam outras drogas mais pesadas.

março 03, 2007

Spray de Testosterona para Disfunção Sexual Feminina?

HLRG_NoseSpray.jpg

A disfunção sexual feminina tem sido associada a uma redução nos níveis sangüíneos de androgênios (hormônios masculinos) que pode ser revertida pelo tratamento com testosterona; o problema é que esse tratamento apresenta efeitos colaterais.

A administração nasal teoricamente poderia ser eficaz, ao mesmo tempo que evitaria alguns dos efeitos colaterais por não estar sujeita à primeira passagem pelo intestino e fígado, como ocorre após administração oral.

Esse tratamento é eficiente, aumentando a libido, pelo menos em macacos, como demonstraram recentemente pesquisadores brasileiros e alemães. O trabalho foi publicado online na revista Behavioral Brain Research, em 19 de janeiro de 2007. Os efeitos também parecem perdurar por até duas semanas após a aplicação intra-nasal!

Entre os autores estão os professores Carlos Tomaz e Maria Clotilde Tavares, da Universidade de Brasília.

maio 19, 2006

Animações Sobre os Efeitos das Drogas no Cérebro

brainondrugs.jpg

Encontrei um site interessante. com animações que mostram o efeito de várias drogas sobre o cérebro.

O site foi feito para leigos, e simplifica bastante as explicações, mas mesmo assim não deixa de ser muito interessante.

Ah, e os textos estão disponíveis em várias línguas também- exceto o nosso português...

Link para o site.

maio 16, 2006

Regenerando o Nervo Óptico

Figure 10 Optic Nerve.JPG


O nervo óptico conecta o olho ao cérebro. Leões ou doenças tais como o glaucoma podem danificá-lo, e uma vez rompidas, as fibras nervosas que se projetam da retina via nervo óptico não crescem novamente. No passado, os cientistas obtiveram modesto brotamento (sprouting) desses neurônios em ratos induzindo uma resposta inflamatória no olho. Mas havia um porém: os macrófagos que iniciam o brotamento também despejam toxinas que podem matar as células nervosas.

Assim, neurobiólogos liderados por Larry Benowitz, da Harvard Medical School, procuraram separar os componentes úteis dos macrófagos. Examinando as diversas substâncias secretadas pelos macrófagos em cultura, essa equipe de pesquisadores isolou uma proteína denominada oncomodulina que parece promover o crescimento e alongamento dos axônios do nervo óptico sem os efeitos tóxicos vistos com as células inteiras. Quando adicionada a fibras nervosas cultivadas in vitro, a proteína fez com que os axônios crescessem até 45%-- uma melhora de 50% em relação a outros estimulantes do crescimento conhecidos.

O efeito em animais, in vivo, também foi dramático. Quando os pesquisadores injetaram oncomodulina no fluido entre o cristalino e a retina de ratos cujo nervo óptico havia sido esmagado, a maioria dos animais experimentou um aumento de até 7 vezes na regeneração do nervo óptico, quando comparados a ratos não tratados.

Esse estudo foi publicado na edição online de ontem da Nature Neuroscience

maio 01, 2006

Cafeína e Persuasão

coffee-732008.gif.png

Parece que se você quiser convencer alguém de alguma coisa, pode ser bom convidá-lo para um café: pesquisadores australianos demonstraram que a cafeína nos torna mais receptivos à persuasão.

Os pesquisadores testaram esse efeito submetendo voluntários a um questionário sobre as suas atitudes com relação à eutanásia voluntária e ao aborto antes e depois de ingerirem o equivalente a aproximadamente duas xícaras de café ou placebo.

Eles também foram expostos a uma argumentação persuasiva depois de ingerirem a cafeína.

Os experimentos mostraram que "a cafeína aumenta a persuasão instigando um processamento sistemático da mensagem."

Mas a cafeína também melhora o humor das pessoas, o que as torna mais propensas a concordarem com a mensagem, dizem os pesquisadores.

Veja mais no website da ABC News Online

abril 20, 2006

O Fim da Necessidade de Dormir?

modafinil.jpg

Mais uma reportagem interessante de Cristina Tardáguila no Blog No Mínimo: o advento do modafinil, uma droga que combate o sono de maneira diversa das anfetaminas, criada para o tratamento da narcolepsia, mas que tem potencial para abuso por indivíduos sadios.

Cristina escreve:

Imagine um mundo sem sono, sem bocejo, sem remela e sem cansaço. Imagine, agora, como seria se as pessoas não tivessem que dormir cerca de oito horas por dia para estarem bem e saudáveis. Pense também como você usaria o tempo que gasta dormindo se pudesse ficar acordado por dias a fio. Pois bem: muita gente nos EUA e na Europa tem vivido assim. São pessoas que andam consumindo fora das indicações originais um novo produto da indústria farmacêutica que está a ponto de chegar ao Brasil.
A pílula em questão é comercialmente conhecida nos EUA como Provigil. No Brasil, está em processo de análise pela Anvisa e ainda não tem nome. É fabricada pelo laboratório americano Cephalon e foi aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration) em 1998 para ser usada no tratamento da narcolepsia (distúrbio caracterizado por sonolência excessiva ao longo do dia) e da apnéia do sono. Seu princípio ativo é o modafinil, um estimulante do sistema nervoso central capaz de promover um estado de alerta diferente (para melhor) do gerado pelas anfetaminas. Testes comprovaram que provoca menos alterações no comportamento e no humor do que outros estimulantes disponíveis nas farmácias, o que é um ponto atraente aos olhos do mercado. No entanto, até que ponto o consumo dessa droga pode ser considerado seguro?

Leia o restante da reportagem no Blog No Mínimo

abril 04, 2006

A Estranha Doença do Homem que Tomou 40.000 Pílulas de Ecstasy

pills.jpg

No site do jornal The Guardian há uma matéria sobre um homem inglês de 37 anos que ao longo de 9 anos consumiu 40.000 pílulas de ecstasy. Ele já parou o uso da droga há sete anos, mas ainda apresenta severos problemas de memória, paranóia, alucinações e depressão.

Há uma suspeita de que os efeitos deletérios do ecstasy podem ser causados pela interferência com o metabolismo normal da serotonina, uma substância cerebral envolvida na regulação da memória e do humor. Não se sabe, entretanto, se essas alterações são permanentes, por lesões neurotóxicas, ou apenas transitórias. Esse e outros casos semelhantes podem ajudar a responder essa pergunta.


Link
para o artigo do The Guardian

abril 01, 2006

O Cortisol Reduz o Medo e a Ansiedade?

spiders.JPG

Em situações de estresse, o nosso organismo libera cortisol; até hoje, entretanto, esse hormônio tem sido associado apenas a efeitos maléficos, já que pode produzir aumento da pressão arterial, diabetes e susceptibilidade aumentada às infecções.

Um trabalho publicado nesta semana nos Proceedings of the National Academy of Sciences pelo cientista suíço Dominique de Quervain, entretanto, mostra um potencial lado benéfico dessa liberação de cortisol durante situações de estresse e medo: voluntários com fobia de falar em público foram tratados com cortisol ou placebo antes de se apresentarem perante uma platéia e pessoas com medo de aranhas foram expostas a figuras de aracnídeos também sob efeito do hormônio real ou de uma pílula de açúcar. Em ambos os casos, os escores de medo caíram substancialmente apenas com o cortisol!

Mais estudos são necessários para que se saiba se o cortisol, combinado com psicoterapia, poderia resultar num tratamento mais eficiente para as fobias.

Link para o site do Dr. De Quervain

fevereiro 16, 2006

Será Possível Eliminar o Sono?

newsci_20060218.jpg
O artigo de capa da revista New Scientist desta semana fala sobre a nova geração de drogas para o combate à sonolência e aumento da performance intelectual, como o modafinil e o CX717.

Essas drogas, embora primariamente desenvolvidas para combater a narcolepsia, podem reduzir a necessidade de sono mesmo em pessoas normais; de acordo com o artigo, é possível ficar 48 horas acordado com o auxílio do modafinil, sem efeitos colaterais.

Poderiam essas drogas modificar o comportamento de toda a sociedade, reduzindo drasticamente a necessidade de dormir?

Infelizmente, esse artigo não está online, de modo que os interessados deverão recorrer ao jornaleiro...

Link para o conteúdo da New Scientist

fevereiro 11, 2006

Beta-Bloqueadores Contra Memórias Traumáticas?

Recentes estudos testam a eficácia dos beta-bloqueadores, como o propranolol, na prevenção de distúrbios traumáticos pós -estresse (post-traumatic stress disorders).

Link para artigo sobre esses estudos.

janeiro 31, 2006

Cajal versus Golgi e a Descoberta das Sinapses

Excelente a revisão " A Lot of Nerve " de Susan Lanzoni, dos novos livros:

Nerve Endings: The Discovery of the Synapse. Richard Rapport. 240 pp. W. W. Norton, 2005.

The War of the Soups and the Sparks: The Discovery of Neurotransmitters and the Dispute over How Nerves Communicate. Eliot Valenstein. xviii + 237 pp. Columbia University Press, 2005.

Nessa revisão, é discutida a história dos conhecimentos atuais sobre a transmissão sináptica, desde os debates entre Cajal, que foi o introdutor da idéia da sinapse, e Golgi, que era um ferrenho adepto da teoria reticular, contínua, do sistema nervoso.

Link para o artigo de revisão.

janeiro 07, 2006

Entrevista com o Descobridor do LSD, Albert Hoffman, que Completará 100 anos

hoffman.jpg

O jornal The New York Times de hoje traz uma entrevista fascinante com o "pai do ácido", Albert Hoffman, que completará 100 anos na próxima quarta-feira.

O trabalho de Hoffman com os alcalóides do ergot produziu várias drogas importantes, incluindo um composto ainda utilizado para prevenir hemorragias após o parto. mas foi o 25º produto que ele sintetizou, a dietilamida do ácido lisérgico, que teve o maior impacto. Quando ele a criou em 1938, a droga não demonstrou resultados farmacológicos significativos. Mas quando o seu trabalho com o ergot terminou, ele decidiu voltar a estudar o LSD-25, na esperança de que testes mais cuidadosos pudessem detectar os efeitos estimulantes sobre o aparelho circulatório que ele esperava que essa droga tivesse.

Foi quando estava sintetizando a droga numa tarde de sexta-feira em abril de 1943 que ele experimentou, pela primeira vez, o estado alterado de consciência que hoje sabemos ser regularmente produzido pelo LSD. "Imediatamente, eu reconheci que passava por uma experiência que já tinha vivido na infância", disse ele. "Eu não sabia o que havia causado essa sensação, mas sabia que era importante".

Quando retornou ao seu laboratório na segunda-feira, ele tentou identificar a fonte da sua experiência, acreditando inicialmente que fossem os vapores de um solvente semelhante ao clorofórmio que ele havia utilizado. A inalação dos vapores não produziu nenhum efeito, entretanto, e ele concluiu que de alguma maneira havia ingerido traços de LSD. "O LSD falou comigo", disse o Sr. Hoffman com um sorriso divertido, animado. "Ele veio até mim e disse, 'Você tem que me descobrir.' Ele me disse, 'Não me entregue ao farmacologista, ele não vai descobrir nada'."

Link para a entrevista do The New York Times.

janeiro 06, 2006

Um Spray de Amor para os Medrosos

di-spray.gif
A análise do amor passou do abraço dos poetas aos braços da ciência. Um série recente de estudos revela algumas das áreas cerebrais e moléculas, como a oxitocina, envolvidas na capacidade de amar e se relacionar com os outros. Essa pesquisa cria um melhor entendimento de como o cérebro controla o amor e os relacionamentos, que são críticos para a sobrevivência da espécie. Além disso, o trabalho pode ajudar os pesquisadores a descobrirem maneiras de tratar o autismo, a ansiedade e as fobias.

Há muito tempo que os cientistas têm ficado intrigados com a oxitocina, que desempenha um papel no comportamento social complexo. O hormônio é parte de um sistema cerebral que controla a formação de vínculos emocionais, e desempenha um papel na sexualidade, no parto e na amamentação.

Agora, cientistas do NIH (National Institutes of Health), em Washington, e da Universidade Justus-Liebig, da Alemanha, descobriram que voluntários que tiveram as suas narinas borrifadas com um spray de oxitocina tinham menos respostas de medo quando viam imagens assustadoras; esse efeito não ocorria quando se borrifava um placebo. As respostas de medo dos voluntários eram medidas através de uma técnica muito sensível de neuro-imagem que revelava menor ativação de uma parte do cérebro conhecida como amígdala. Menor atividade na amígdala tem sido relacionada a maior sociabilidade e menos medo, escreveram os pesquisadores, cujo trabalho foi financiado pelo National Institute of Mental Health.

Os cientistas dizem que a pesquisa sugere a possibilidade de utilizar esse hormônio para tratar distúrbios mentais severos caracterizados por ansiedade e medo excessivos.

Clique aqui
para mais detalhes no site da Society for Neuroscience (em inglês).

janeiro 05, 2006

Uma Explicação para as Distorções Perceptuais Induzidas pela Ketamina

ketamine.gif
A ketamina é uma droga anestésica para uso humano e veterinário. Entretanto, ela é também uma droga que é passível de abuso pela sua capacidade de produzir alucinações mais leves e de duração mais curta do que o LSD. Ela também produz distorções perceptuais, em particular experiências fora do corpo (out of body experiences). Diz a Wikipédia em português:

Conhecido remédio para cavalo, vem sendo constantemente usado em raves, por conter efeitos psicotrópicos, que vão de um estado de leve embriaguez até à sensaçao de desprendimento da alma ao corpo. Esse estado extremo, é conhecido também como K-Hole.

Num artigo publicado em Brain and Mind, Pereira e Johnson apresentam uma profunda investigação de como a ketamina produz esses estados. De acordo com esses autores, esse estudo também elucida alguns mecanismos dos estados normais de consciência.

Abstract do trabalho :

Towards an Explanation of the Genesis of Ketamine-Induced Perceptual Distortions


Alfredo Pereira Jr. and Gene Johnson in Brain and Mind, Volume 4, Number 3

Abstract The NMDA receptor (NMDAR) channel has been proposed to function as a coincidence-detection mechanism for afferent and reentrant signals, supporting conscious perception, learning, and memory formation. In this paper we discuss the genesis of distorted perceptual states induced by subanesthetic doses of ketamine, a well-known NMDA antagonist. NMDAR blockage has been suggested to perturb perceptual processing in sensory cortex, and also to decrease GABAergic inhibition in limbic areas (leading to an increase in dopamine excitability). We propose that perceptual distortions and hallucinations induced by ketamine blocking of NMDARs are generated by alternative signaling pathways, which include increase of excitability in frontal areas, and glutamate binding to AMPA in sensory cortex prompting Ca2+ entry through voltage-dependent calcium channels (VDCCs). This mechanism supports the thesis that glutamate binding to AMPA and NMDARs at sensory cortex mediates most normal perception, while binding to AMPA and activating VDCCs mediates some types of altered perceptual states. We suggest that Ca2+ metabolic activity in neurons at associative and sensory cortices is an important factor in the generation of both kinds of perceptual consciousness.

dezembro 23, 2005

Especiarias Natalinas e Anfetaminas

spices.jpg No seu trabalho "Christmas gingerbread (Lebkuchen) and Christmas cheer--review of the potential role of mood elevating amphetamine-like compounds formed in vivo and in furno", o pesquisador Idle sugere a possibilidade de que especiarias como noz-moscada, canela, cravo e aniz tenham efeitos euforiantes por conterem precursores químicos das anfetaminas, os alilbenzenos e os propenilbenzenos.

O autor descreve as possíveis reações químicas que podem transformar esses precursores potenciais em anfetaminas, mas ressalta que essas reações não foram ainda comprovadas em humanos. Elas podem ser catalisadas, ainda, pelo cozimento no forno.

Não sabemos se a euforia do Natal é devida a efeitos farmacológicos dessas especiarias ou ao seu aroma, que evoca memórias agradáveis de Natais anteriores.

De qualquer maneira, com ou sem especiarias, desejo a todos um excelente Natal, cheio de bom humor e alegria!

dezembro 06, 2005

Quero Dormir e Não Consigo...

sleep.gif A insônia e a má qualidade do sono afetam um grande número de pessoas, em todo o mundo. À medida que os conhecimentos avançam nessa área, a tendência tem sido de reconhecer a insônia como uma doença em si mesma, e não como conseqüência de outras doenças.

Science News discute a ciência por trás da insônia e o número crescente de medicamentos empregados no seu combate, com especial atenção ao problema de que muitos deles mal foram testados em laboratório. Alguns desses medicamentos imitam os antigos benzodiazepínicos, e outros agem de maneira semelhante à melatonina, um hormônio que participa do ciclo sono-vigília.

Vale a pena ler!

Link para o artigo da Science News, "Staring into the dark".

dezembro 05, 2005

Estudo Investiga os Efeitos do Café no Cérebro

coffee_cup.jpgA New Scientist relata um estudo recente sobre os efeitos do café no cérebro.
A boa notícia é que o café parece estimular os lobos frontais e a memória de trabalho.
"Todo o grupo mostrou ativação da região do cérebro responsável pela memória de trabalho", afirma o autor, Koppelstatter. "Mas aqueles que receberam cafeína tiveram ativação significativamente maior da região pré-frontal e do giro do cingulo anterior. Essas áreas são envolvidas na "memória de trabalho", atenção, concentração, planejamento e monitorização".

Link para o artigo da New Scientist, 'Coffee's effects revealed in brain scans".